Castilho S. Sanhudo
Todos tem suas razões para se
tratar, fazer sua analise. Junto com elas vem a contrapartida, ou seja, as
razões para querer continuar como está, quando se justifica dizendo coisas como
“ não se mexe em time que está ganhando” ou “ porque logo agora eu vou mexer
nisso?”.
Muitas vezes as razões para
começar o tratamento e para não começar se igualam e fica aquela incerteza
rondando a mente de quem já procurou o analista, mas não tem certeza de que
quer mesmo começar o tratamento.
Usando este principio diríamos
que ainda não estamos preparados para a terapia e talvez seja melhor voltar em
outra época. Só que este dia pode ser adiado cada vez que aparece um obstáculo
até que um dia a vida inteira passou e não resta muito a fazer além de se
conformar com o que jamais pôde ser resolvido.
Viveremos então em circunstâncias
agressivas e neuróticas, sem um equilíbrio de nossas ações e reações, sofremos
com algo que sentimos, mas não sabemos quais sejas ou ainda não aceitamos estas
condições. Elevando assim estados de angustias, dificuldades de um sono
reparador, relações familiares e sociais conturbadas , em fim uma humanidade sem equilíbrio
físico e principalmente psíquico.
Fazer terapia requer coragem e
determinação. Não dá para esperar resultados exuberantes em um mês ou dois. A
coisa vem vindo com o tempo e quanto menos se espera o resultado aparece. Às
vezes vem como uma solução eficaz, às vezes se instala na vida do sujeito de
modo silencioso ou então demora mais um pouco e produz efeito mais modesto, mas
de qualquer modo a terapia traz soluções. É um investimento para o resto da
vida.
Somo humanos, a prática da humanidade em suas
imperfeições não é em aceitar as “coisas” como são e sim ter uma vida equilibrada,
condigna, não estar em busca da felicidade, mas se sentir feliz com o que somos
e com o que nos tornamos.
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