CURSO LIVRE DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DA
TÉCNICA PSICANALÍTICA-I
Módulo XIII- Técnica Psicanalítica -I
Ocorrerá no dia 8 de Novembro
Sumário
INTRODUÇÃO
O QUE É PRECISO FAZER PARA SER UM PSICANALISTA?
A resposta para esta
pergunta, a princípio, parece muito simples. Para ser um psicanalista é preciso
fazer uma formação que inclua seminários teóricos e clínicos sobre psicanálise,
supervisões dos casos atendidos e tratamento pessoal. Um psicanalista tem que
acreditar e trabalhar encima dos preceitos fundamentais da psicanálise que são:
o Complexo de Édipo, o recalcamento, a resistência, a transferência, o
inconsciente e a sexualidade infantil.
No entanto, em 1937,
Freud escreve que existiam três profissões impossíveis, que seriam a de educar,
a de governar e a de analisar. Por que,
quase no fim da vida, deixa-nos essa mensagem?
A teoria psicanalítica é
muito fácil de aprender se for comparada com a prática. Porém, o psicanalista
que mais sabe, nem sempre é o que melhor faz. Talvez, justamente, o que melhor
faz seja aquele que mais suporta que não sabe. A psicanálise lida sempre com o
desconhecido, com o imprevisto. Partindo dessas afirmações, pode-se pensar que
o mais importante para ser um psicanalista não é possuir uma bagagem de
conhecimentos adquiridos em seminários e supervisões. Para ser um psicanalista
é preciso ter uma atitude psicanalítica, que é desenvolvida, principalmente,
através da análise pessoal. Essa atitude pode-se comparar com as condições
necessárias para tolerar as angústias e os imprevistos de um longo percurso
pelo inconsciente. No entanto, não basta conhecer o inconsciente, mas vivenciar
na dupla (paciente/analista) e aprender com a experiência.
Essa união, porém, implica
em assimetria e em reconhecimento das diferenças, dos limites, da não
infalibilidade do analista e de que ele não é dono da verdade e nem das
respostas. A única certeza que temos em
psicanálise é de que não existe uma certeza. Paciente e analista devem estar
dispostos a caminharem juntos e se defrontar com o que aparecer. Ambos
melhorando e se superando, um aprendendo com o outro.
Um analista precisa
estar comprometido com a tarefa de tentar ajudar a “criança” de seu paciente a
encontrar o adulto que está dentro dele
e também mostrar que mesmo ele sendo um adulto ainda é uma criança. Ser
psicanalista é buscar a sua verdade e a de seu paciente, por mais dolorida e
insuportável que seja pelos mais obscuros lugares do inconsciente. Para ser
psicanalista é preciso suportar a angústia do não saber.