INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A Psicopatologia

CURSO LIVRE DE CAPACITAÇÃO EM PSICANÁLISE
SPOB-POLO/RS  -  GRUPO VIII – MÓDULO- XVI
Dias 14 e 15 de Agosto – prof º Castilho Sanhudo
A Psicopatologia
É o ramo da psicologia que se ocupa dos fenômenos psíquicos patológicos e da personalidade desajustada. A psicopatologia estuda, o comportamento anormal, sua gênese, sintomas, dinâmica e as possíveis terapias.
Para a psicanálise o normal do anormal é uma questão de grau e não de natureza, nos indivíduos "normais e nos anormais" existem as mesmas estruturas de conteúdos, que, se mais ou menos "ativados" são responsáveis pelos distúrbios no indivíduo. Estas estruturas são as estruturas neuróticas e psicóticas.
Os Fenômeno psicopatológico
Freud tem sido, sem duvida, o autor que mais tem influenciado na teoria possível sobre o fenômeno psicopatológico. Dentro da teoria freudiana as contribuições que tiveram maior divulgação foram justamente as suas interpretações do acontecer patológico da mente. Apesar disto, o estudo da psicopatologia em Freud tem característica de um passo intermediário para se chegar a um a outra questão. Para Freud não interessava o estudo do doente como tal, mas sim, a possibilidade de formular uma teoria global do psiquismo, cujos eixos são o sexual, o infantil e o reprimido.
Em A interpretação dos sonhos ou a Psicopatologia da vida quotidiana Freud nos leva a perceber a concordância entre um sintoma patológico e uma produção “normal”.
Produção normal, psiquismo normal refere-se a algo que esteja de acordo com uma norma, como cada civilização tem seu próprio sistema de normas. O que é patológico em uma comunidade pode não ser em outra.
Radicalizando esta linha alguns autores teêm proposto o critério estatístico para definir normalidade, isto é, o comportamento anormal seria aquele que se desvia da tendência geral de uma determinada população.
Por outro lado, a identificação com os costumes e valores da cultura da qual faz parte tampouco pode ser indicador de saúde e psicopatologia.
Na concepção psicanalítica que é o que nos interessa, uma pessoa será mais sadia quanto mais possibilidade tenha de se conhecer profundamente, e isto pressupõe alguma solução de continuidade, alguma brecha por onde se introduz um questionamento, por onde aparece a consciência de um conflito.
O dilema da psicopatologia psicanalítica é que seu modelo de saúde é indefinível, pois lhe carecem os pontos de referência estáveis.
Os diferentes distúrbios mentais se manifestam para um determinado sujeito como descontinuidades, interrupções ou interferências do fluxo da consciência enquanto a doença mental termina por ser, principalmente, um fenômeno incompreensível para aquilo que no sujeito permanece coerente, capaz de um juízo adequado de realidade.
Sempre que o comportamento sadio, integrado, entra em colapso, os impulsos originais se emancipam dos padrões ajustados e o Ego usa contra eles os vários mecanismos de defesa. A natureza da neurose ou psicose é determinada em grande parte, pela natureza das defesas que o Ego escolhe para sua proteção. A fim de apresentar um quadro compreensivo do problema da neurose certas repetições serão inevitáveis.
Em muitos momentos de sua vida uma pessoa pode viver situações difíceis e de sofrimento tão intenso, que pensa que algo vai arrebentar dentro de si. Nesses momentos, o indivíduo necessita de apoio de seu grupo (família, o trabalho, os amigos), que estes grupos sejam "continentes" de seu sofrimento e de suas dificuldades e que não o excluam, não o descriminem, tornando ainda mais difícil o momento que vive.