INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Teorias da Personalidade - em Freud

Sigmund Freud

Freud tentou ordenar o "aparelho" psíquico propondo três componentes básicos estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego.
| Teorias da Personalidade |



Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação.
Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro. O ponto de partida dessa investigação é o fato da consciência.
Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente
Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente.
Inconsciente. A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida. "Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (1933, livro 28, p. 90 na ed. bras.).
No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente.
O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade e imediatismo em seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional. "Aprendemos pela experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos intemporais. Isto significa em primeiro lugar que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo algum os altera, e que a idéia de tempo não lhes pode ser aplicada" (1920, livro 13, pp. 41-2 na ed. bras.).
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos.
Pré-consciente. Estritamente falando, o Pré-Consciente é uma parte do Inconsciente, uma parte que pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, o segundo nome, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.





Sigmund Freud nasceu em 06 de maio de 1856 em Freiberg, Moravia. Recebeu o prenome de Scholomo Sigismund, o qual Freud mudou para Sigmund em 1878. Nenhum dos textos anteriores ao ano de 1886 foi integrado às suas obras completas, por oposição de seus filhos e herdeiros Ernst e Anna Freud. Sua obra anterior aos textos de psicanálise, compreendendo o período de 1877 a 1886, é composta de 21 artigos sobre diversos temas: neurologia, medicina, histologia, cocaína. Sua obra sobre psicanálise é composta de 24 livros e 123 artigos, além de comentários, prefácios, etc. e traduzida em cerca de 30 línguas.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Mito do Eros & Psique


Não obstante este mito já ter sido descrito no capítulo "O vínculo do amor", creio que, pela sua importância e significação se justifica re­produzir com uma versão algo diferente. Neste conhecido mito, ao lado do amor, houve uma inveja e um sentimento de ciúme muito intenso por parte de Afrodite (em romano é conhecida como Vénus, deusa do amor), dirigido contra a grande e admirável beleza de Psique, de modo que, não suportando a inveja, Afrodite tramou uma forma de humilhar e estragar a vida da rival odiada.
Neste seu macabro ódio, Afrodite tentou usar o seu filho Eros, com a finalidade de que, através de alguma "seta do amor", ele flechasse al­gum homem, de última classe social, e que se encantasse perdidamente de amor por Psiquê, e que esta também ficasse num estado de encanta­mento.
Aconteceu, no entanto, que o "feitiço virou contra o feiticeiro", de sor­te que foi Eros quem ficou perdidamente apaixonado por Psiquê, a quem ele desposou, o que acarretou um maior desespero e ódio de Afrodite.
No entanto, Psiquê é a alma humana que não pode amar sem sofrei e fazer os seus enamorados também sofrerem, o que também aconteceu com Eros. Psiquê não sabia que o seu amante era o deus do amor; ele sc vinha visitá-la à noite e nunca a deixava ver o seu rosto. Instigada poi suas duas irmãs invejosas, Psiquê, numa noite, enquanto Eros dormia, aproxima uma lâmpada ao seu rosto. Fica deslumbrada com a beleza de Eros, reconhece-o como deus do amor, porém da lâmpada pinga uma gote de azeite fervente no rosto de Eros que desperta e desaparece imediata­mente, sem jamais voltar. Psiquê entra em desespero, chora sem cessar e resolve dirigir-se a Afrodite. Esta, ainda ressentida com Psiquê, faz dela e sua escrava e obriga-a a viver no meio da tristeza e da inquietação.
Com uma mediação de Zeus, Vénus (Afrodite) abranda o seu ressen­timento e vingança, e o Olimpo se rejubila e comemora, com um banquete esplêndido, o retorno da paz, não obstante Afrodite garanta que Psique seria de sua propriedade. Então, Eros volta a viver com ela, num verda­deiro hino ao amor e o casal tem uma filha, Volúpia. Em algumas versões deste mito Eros tinha um complemento ("uma outra parte dele") que. conforme a tradução, tanto é chamado de Imeros, quanto de Anteros, o qual se caracteriza por ser o deus do amor violento, de luxúria.
Esse mito também deixa claro o quanto o amor e o ódio cami­nham muito juntos. Mitos como esses aparecem em grande quantidade na mitologia greco-romana, onde o amor e o ódio se superpõem e se confundem.