Melanie Klein - Fantasia
Inconsciente
Conteúdo da apostila - Melanie Klein
Curso Livre de Capacitação em Psicanálise- SPOB-POLO/RS
Conteúdo da apostila - Melanie Klein
Curso Livre de Capacitação em Psicanálise- SPOB-POLO/RS
Org. Castilho S. Sanhudo
O conceito de
fantasia inconsciente é essencial para a compreensão da teoria formulada por
Melanie Klein sobre o funcionamento psíquico do indivíduo. No entanto, esta
teoria gerou uma ampla polêmica no âmbito do pensamento psicanalítico, pois
diverge da teoria freudiana. Por trás desta discussão está o fato de o termo
fantasia ser usado em sentido diferente. Klein elaborou o conceito de fantasia
inconsciente constatando que, no funcionamento psíquico, as relações com os
objetos externos são mediadas pelas fantasias inconscientes que dão origem aos
objetos internos. Anna Freud, se referindo às fantasias conscientes, afirmava
que as mesmas são consequência da inibição da sexualidade.
As observações
durante a análise de crianças levam Klein a conceber um ego que, a partir do
nascimento, é capaz de formar relações de objeto na fantasia e na realidade. O
percurso teórico freudiano tem como pano de fundo o estudo de pacientes
neuróticos adultos, remontando até as fases iniciais da infância. Uma das
teorias centrais do pensamento freudiano, o Complexo de Édipo, não foge deste
percurso hermenêutico. A maneira como esta fase fundamental da infância é
vivida, em torno dos quatro cinco anos de idade, na perspectiva freudiana,
torna-se estruturante para o funcionamento do psiquismo em suas fases
sucessivas do desenvolvimento. No quadro do desenvolvimento freudiano, crianças
pequenas não são analisáveis, pois seu psiquismo estaria ainda numa fase
narcísica. Já a teoria kleiniana parte da constatação que crianças, muito antes
dos quatro ou cinco anos de idade, sofrem de fobias. A criança desde os
primeiros meses de vida demonstra estar à mercê de ansiedades persecutórias, que
encontram expressão em temores arcaicos. Isto supõe uma situação conflitual que
antecipa o Complexo de Édipo para fases muito mais primitivas do
desenvolvimento.
No âmbito da
teoria kleiniana, a fantasia é o conteúdo primário dos processos mentais inconscientes.
Os processos mentais nascem do inconsciente, a partir das necessidades
instintuais. As fantasias são portanto expressões mentais dos instintos, uma
representação psíquica dos instintos libidinais e destrutivos. A atividade do
fantasiar, como observa a própria M. Klein, tem suas raízes nas pulsões, da
qual é um corolário. M. Klein recorre ao conceito de identificação primária,
definido por Ferenczi como o esforço do bebê para redescobrir em todos os
objetos os seus próprios órgãos e seu funcionamento. É o processo de formação
de símbolos que em grande parte libidiniza o mundo externo. São as fantasias
que sustentam e promovem o interesse pelo mundo externo, facilitam a
aprendizagem e fornecem a energia para organizar o conhecimento.
Local: Profº Annes Dias, 166, 9ºandar, sala de reuniões
Módulo III previsto para 18
e 19 /07/ 2014.
Porto Alegre – RS - Coordenador Castilho Sanhudo.
End. Rua Profº Annes dias,166/103 - fones (51) 84497408 / 3024
7559
e-mail- castilhoss28@hotmail.com
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