INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Melanie Klein - Fantasia Inconsciente

Melanie Klein - Fantasia Inconsciente
Conteúdo da apostila - Melanie Klein
Curso Livre de Capacitação em Psicanálise- SPOB-POLO/RS
Org. Castilho S. Sanhudo
O conceito de fantasia inconsciente é essencial para a compreensão da teoria formulada por Melanie Klein sobre o funcionamento psíquico do indivíduo. No entanto, esta teoria gerou uma ampla polêmica no âmbito do pensamento psicanalítico, pois diverge da teoria freudiana. Por trás desta discussão está o fato de o termo fantasia ser usado em sentido diferente. Klein elaborou o conceito de fantasia inconsciente constatando que, no funcionamento psíquico, as relações com os objetos externos são mediadas pelas fantasias inconscientes que dão origem aos objetos internos. Anna Freud, se referindo às fantasias conscientes, afirmava que as mesmas são consequência da inibição da sexualidade.
As observações durante a análise de crianças levam Klein a conceber um ego que, a partir do nascimento, é capaz de formar relações de objeto na fantasia e na realidade. O percurso teórico freudiano tem como pano de fundo o estudo de pacientes neuróticos adultos, remontando até as fases iniciais da infância. Uma das teorias centrais do pensamento freudiano, o Complexo de Édipo, não foge deste percurso hermenêutico. A maneira como esta fase fundamental da infância é vivida, em torno dos quatro cinco anos de idade, na perspectiva freudiana, torna-se estruturante para o funcionamento do psiquismo em suas fases sucessivas do desenvolvimento. No quadro do desenvolvimento freudiano, crianças pequenas não são analisáveis, pois seu psiquismo estaria ainda numa fase narcísica. Já a teoria kleiniana parte da constatação que crianças, muito antes dos quatro ou cinco anos de idade, sofrem de fobias. A criança desde os primeiros meses de vida demonstra estar à mercê de ansiedades persecutórias, que encontram expressão em temores arcaicos. Isto supõe uma situação conflitual que antecipa o Complexo de Édipo para fases muito mais primitivas do desenvolvimento.

No âmbito da teoria kleiniana, a fantasia é o conteúdo primário dos processos mentais inconscientes. Os processos mentais nascem do inconsciente, a partir das necessidades instintuais. As fantasias são portanto expressões mentais dos instintos, uma representação psíquica dos instintos libidinais e destrutivos. A atividade do fantasiar, como observa a própria M. Klein, tem suas raízes nas pulsões, da qual é um corolário. M. Klein recorre ao conceito de identificação primária, definido por Ferenczi como o esforço do bebê para redescobrir em todos os objetos os seus próprios órgãos e seu funcionamento. É o processo de formação de símbolos que em grande parte libidiniza o mundo externo. São as fantasias que sustentam e promovem o interesse pelo mundo externo, facilitam a aprendizagem e fornecem a energia para organizar o conhecimento. 
Local: Profº Annes Dias, 166, 9ºandar, sala de reuniões
Módulo III  previsto para 18 e 19 /07/ 2014.
Porto Alegre – RS - Coordenador Castilho Sanhudo.
End. Rua Profº Annes dias,166/103 - fones (51) 84497408 / 3024 7559

e-mail- castilhoss28@hotmail.com  -  spobpolors@gmail.com

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