CENTRO PSICANALÍTICO CONTEMPORÂNEO
O propósito prático da
psicanálise
"(...)
é, na verdade, fortalecer o ego, fazê-lo mais independente do superego, ampliar
seu campo de percepção e expandir sua organização, de maneira a poder
assenhorear-se de novas partes do id" (Freud, idem).
Para Freud, o principal problema da
psique é encontrar maneiras de enfrentar a ansiedade. Esta é provocada por um
aumento, esperado ou previsto, da tensão ou desprazer, podendo se desenvolver
em qualquer situação (real ou imaginária), quando a ameaça a alguma parte do
corpo ou da psique é muito grande para ser ignorada, dominada ou descarregada.
As situações prototípicas que causam
ansiedade, segundo Freud, são as seguintes:
a.
Perda de um objeto desejado. Por exemplo, uma criança privada de um dos pais, de
um amigo íntimo ou de um animal de estimação;
b.
Perda de amor.
A rejeição ou o fracasso em reconquistar o amor, por exemplo, ou a desaprovação
de alguém que lhe importa;
c.
Perda de identidade. É o caso, por exemplo, daquilo que Freud chama de medo de castração,
da perda de prestígio, de ser ridicularizado em público;
d.
Perda de auto-estima. Como exemplo a desaprovação do Superego por atos ou traições que
resultam em culpa ou ódio em relação a si mesmo.
A ameaça desses ou de
outros eventos causa ansiedade e haveria segundo Freud, dois modos de diminuir
a ansiedade. O primeiro modo seria lidando diretamente com a situação.
Resolvemos problemas, superamos obstáculos, enfrentamos ou fugimos de ameaças,
e chegamos a termo de um problema a fim de minimizar seu impacto. Desta forma,
lutamos para eliminar dificuldades e diminuir probabilidades de sua repetição,
reduzindo, assim, as perspectivas de ansiedade adicional no futuro.
A outra forma de defesa
contra a ansiedade deforma ou nega a própria situação. O Ego protege a
personalidade contra a ameaça, falsificando a natureza desta. Os modos pelos
quais se dão as distorções são denominados Mecanismos de Defesa.
A meta
fundamental da psique é manter e recuperar, quando perdido, um nível aceitável
de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. A energia
que é usada para acionar o sistema nasce no Id, que é de natureza primitiva,
instintiva.
O Ego, emergindo do Id, existe para
lidar realisticamente com as pulsões básicas do Id e também age como mediador entre
as forças que operam no Id e no Superego e as exigências da realidade externa.
O Superego, emergindo do Ego, atua como um freio moral ou força contrária aos
interesses práticos do Ego. Ele fixa uma série de normas que definem e limitam
a flexibilidade deste último. O Id é
inteiramente inconsciente, o Ego e o Superego o são em parte.
"Grande parte do ego e do superego
pode permanecer inconsciente e é normalmente inconsciente. Isto é, a pessoa
nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é necessário despender esforços para
torná-los conscientes" (FREUD, 1933).