INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Como se deram os primeiros estudos de Freud sobre a criança

         CURSO LIVRE DE CAPACITAÇÃO EM PSICANÁLISE
 SOPB-POLO/RS
Antes de tudo Freud era um estudioso primeiramente curioso; e, em segundo lugar, um observador muito perspicaz. Seus primeiros pacientes "mostraram" a Freud que possuíam perturbações na vida sexual. Foi a partir desses dados que começou a desenvolver uma teoria de que a função sexual existia, desde o começo da vida. Ficava difícil compreender como alguma coisa pudesse surgir, nascer no ser humano a partir de uma determinada idade, como se algo descesse lá do céu. A gente pode explicar, por exemplo, que uma perna ou um dedo existem, mesmo que de forma rudimentar, desde o embrião. Então a gente podia supor que as várias funções, sejam digestivas, renais, mentais ou sexuais também tivessem um principio e, depois, toda uma continuidade de desenvolvimento até chegar na "função sexual do adulto".
O mérito de Freud nesta questão, foi o de diminuir aqueles limites tão nítidos que existiam entre o que se considerava "normal e anormal". Ele viu que esses limites não eram tão nítidos, havia um interposição. A função sexual normal, na sua concepção, passou a ter um conceito mais amplo, tanto no sentido do normal para anormal, quanto no de adulto para criança.
Agora é preciso diferenciar o sexual do genital. O adulto, por exemplo, exerce funções sexuais num nível genital - que é a realização do ato sexual - quando ele o faz em busca do prazer, olhando sob o prisma biológico (embora a religião tenha colocado esse ato sexual sob a condição da reprodução). Freud descobriu, e teorizou, que a sexualidade se manifestava de várias maneiras, e não só através o genital. Quer dizer, na criança tudo aquilo que ela considerasse prazeiroso passava a ser considerado como sexual. Neste caso estaria o prazer que a criança sente ao ser amamentada, tanto pelo contato físico com a mãe, como na alimentação em si, satisfazendo a fome.
De uma forma esquemática - mas pouco esclarecedora em meu modo de ver - nós poderíamos dizer, que, a partir da teoria de Freud, a primeira e principal satisfação de uma pessoa vinha através da amamentação materna. Na medida em que a pessoa vai crescendo, essa necessidade ligada à boca passava para as necessidades excretoras, especialmente com a evacuação. Ou seja, a sexualidade ligada a outro ponto do corpo. Depois é que começaria a haver um predomínio ligado ao genital.
É importante notar que todas essas manifestações predominam durante determinada época da vida, mas não desaparecem depois de diminuir.
A fase oral persiste no adulto em menor grau e só gera preocupação se as suas manifestações predominarem sobre a genitalidade.

Logo no início dessa teorização, Freud acreditava que a nãos satisfação normal dessa atividades sexuais na criança é que, provocavam as perturbações mentais no adulto. Depois, ele chegou a ampliar um pouco o conceito de sexualidade ao afirmar que essas manifestações sexuais nada mais eram do que "manifestações de vida". Mas parece que as pessoas não compreenderam muito isso, começaram a achar que crianças queriam ter relações sexuais desde bebê etc. E essa coisa são todas teorias.

terça-feira, 6 de maio de 2014

DIA DO PSICANALISTA

A SPOB-P0LO/RS VEM PARABENIZAR A TODOS OS PSICANALISTAS.
"Tudo faremos para que o Homem apareça sob sua verdadeira imagem, protegido pelo inalienável direito de Liberdade"
6 DE MAIO
LEI N° 12.933, DE 23 DE ABRIL DE 2008
(Projeto de lei n° 700, de 2004 da Deputada Beth Sahão - PT)
Institui o "Dia do Psicanalista”
Juramento do Psicanalista

"Juramos perante todos os poderes do homem e, acima de tudo, perante nossas próprias consciências, fazer dos ensinamentos básicos da Psicanálise, uma chama sempre viva que iluminará perenemente, os inescrutáveis caminhos que devemos percorrer em busca da verdade, do direito e da fé para com nossos semelhantes. Jamais permitiremos que os poderes que nos foram conferidos, através do conhecimento do psiquismo humano, sirvam para criar privilégios ou manter o poder de uma minoria, em detrimento da coletividade; e, mesmo assim, faremos o possível para que esta, em seu poder avassalador, não transforme os seres humanos em, apenas, mais uma unidade de sua força. Tudo faremos para que o Homem apareça sob sua verdadeira imagem, protegido pelo inalienável direito de Liberdade. Fraternidade e Amor ao próximo, sentimentos que transformam os seres humanos em constelações de um todo e único Universo. Nunca nos deixaremos intimidar pela aparente fraqueza da espécie humana e, diante disto, jamais empregaremos o ódio, a vingança, ou a acusação, para aplacarmos através deles, o nosso próprio medo, covardia  ou a vergonha. Usaremos sempre da maior cautela possível ao analisarmos nossos semelhantes e, antes de estruturarmos a nossa concepção, prometemos viver os dramas que descobrimos, para assim, conscientemente, acharmos os necessários mecanismos que lhes sirvam de defesa para o completo restabelecimento de seu equilíbrio Psico-somático. Mesmo nas horas mais difíceis juramos não transformar estes conhecimentos em situação mercantilizadora. Muito ao contrário, faremos de nossas naturais fraquezas, novas forças para continuarmos o nosso trabalho de pesquisa do psiquismo humano. Todas as descobertas úteis deverão se transformar em direito comum, com o qual procuraremos moldar a Humanidade, não ao sabor de nossas exigências, mas sim na imperiosa norma de suas naturais necessidades. Criaremos em conjunto, ao lado do respeito para com os complicados mistérios da "psique humana", sentimentos de desprendimento, igualdade e compreensão. Somente assim, despidos de quaisquer melindres condicionadores, caminharemos para nossos verdadeiros destinos, através da História, criando - sempre - condições para que o sentimento da caridade possa imperar. Sempre nos conduziremos através dos diálogos e das pesquisas. Nunca nos contentaremos com uma só verdade. E, ao lado das relações humanas que, acima de tudo, criaremos em nosso meio ambiente, chegaremos à análise científica de todos os traumas que assolam a humanidade, para assim, dentro do vasto campo da Psicanálise, que adotamos por doutrina, tentarmos encontrar as verdadeiras soluções, onde quer que estejam. De posse delas, sem os limites impostos pelos costumes, pelos partidarismos político-religiosos ou pela moral radicalizadora, prometemos, cause o impacto que causar, usá-las em benefício da espécie humana, numa missão que sabemos árdua, mas que por isto mesmo, juramos hoje, transformá-la em nosso único e idealístico sacerdócio".