INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A Interpretação dos Sonhos



CENTRO PSICANALÍTICO CONTEMPORÂNEO

CURSO LIVRE DE  FORMAÇÃO  EM  PSICANÁLISE
MÓDULO IX- A Interpretação dos Sonhos
Ocorrera nos dias 20 e 21 de Janeiro 2017
Introdução
A Interpretação dos Sonhos
Interpretação dos Sonhos (1900) é, segundo psicanalistas e estudiosos, o marco de inauguração da psicanálise. Moisés e o Monoteísmo é a última obra que Freud publicou em vida. Moisés... é menos o exercício de uma aplicação - ficcional e aventureira, segundo alguns - da interpretação psicanalítica no campo da história, neste caso dos judeus e sua religião, do que a consolidação e o aprofundamento de um eixo central da psicanálise ao qual o livro princeps, de 1900, deu início. A distinção que Freud estabelece no desfecho de sua obra (em Moisés...) entre verdade material e histórica, é, neste sentido, talvez a mais apropriada para ilustrar o objetivo ao qual Freud dirigiu, do começo ao fim, seu esforço e o alvo que visava atingir nos diferentes territórios em que se meteu. 
A verdade histórica freudiana pouco tem a ver com os fatos ou objetos de historiadores e estudiosos dos diferentes campos da cultura e/ou das ciências naturais. Esses, os fatos, passados ou presentes, dizem respeito à verdade material; servem de meio para entrever e perseguir algo que os transcendem e os determinam. Coisa esta que Fabio Herrmann designou, dentro de um sistema conceitual próprio, da psique do real. Matriz edípica, linguagem, lei, Outro, mito, etc. são todos conceitos da psicanálise contemporânea que remetem para este real, da psique. Verdade histórica cuja inscrição não se encontra exclusivamente no indivíduo e nem tão somente no grupo mas naquilo que os atravessa e os perpassa - os constitui, e na história. A religião judaica que Moisés instaurou é uma perseguição constante deste eixo, de cunho essencialmente negativo (formulado em torno da matriz edípica, da castração), e que é da própria análise, permitindo-lhe (ao judaísmo) alcançar aquilo que Freud avaliou ser o ideal do trabalho analítico: o pensamento ou a dimensão não sensorial do real humano. 
A interpretação não é uma simples decifração e tradução de conteúdos, sejam eles, no contexto clínico, individuais, sejam no da cultura - de um de seus objetos -, mas a abordagem, sempre indireta, deste real em meio às suas realizações e a seus desdobramentos específicos. Ver-se-ia, então, que é o método que se coloca em primeiro plano. O método da psicanálise visa e nos coloca em contato com o real psíquico. O que nos defronta, neste centenário da psicanálise, com uma curiosa realidade situada no âmbito público