MÓDULO VI
- SEXOLOGIA APLICADA À PSICANÁLISE
Dias 21 e 22
de Outubro
INTRODUÇÃO
As experiências nos mostram que as queixas principais, tem sido, na maioria
das vezes, os conflitos conjugais. E ao investigarmos, temos como causa, a
relação sexual.
A bem da verdade, mesmo sendo outras as queixas principais, as investigações nos dará
como causa principal a sexualidade. Confirmando assim, as teorias de Freud,
sobre as neuroses, objeto básico de nosso trabalho clínico.
Nos deparamos no entanto, com uma diversidade do sentimento sexual, pelo
fato das diferenças de sentido, que simultaneamente, são empregadas a uma só palavra. Assim sendo, a
palavra sexual tem despertado reações positivas em uns, e concepções ou conclusões
negativas e hostis em outros; um, nela verá de preferência manifestações psíquicas;
outro, uma atividade física, etc.
Neste trabalho a palavra sexo designa, em primeiro lugar, os dois grandes
grupos de seres viventes que conhecemos sob a denominação de: masculinos e femininos ou machos e fêmeas. Em um sentido
mais restrito, 'sexo' e 'sexual' significam
qualidades ou propriedades físicas ou psíquicas. Todavia, na opinião (1) corrente a palavra sexual aplica-se ao processo das
relações entre os sexos. Levando
algumas pessoas a pronunciarem com um certo tom de desprezo. Até mesmo a palavra sensualidade foi atingida por
essa depreciação. Dificultando a sexologia
a se conduzir em face dessas intrusões da moral em seu domínio.
Devido à desconsideração em que caiu a expressão sexual, foi necessário procurar uma palavra
que a substituísse. E por ironia do destino, escolheu-se a palavra erótica, termo
que durante séculos, servira precisamente para designar produções literárias especiais,
particularmente livres.
No fundo, sexualidade e
erotismo, tem a mesma significação. Ambas as expressões designam a sexualidade
psicofísica.
De acordo com a visão
predominante, a vida sexual humana consiste essencialmente num esforço de se
por os próprios genitais em contato com os de alguém do sexo oposto. E, como fenômeno
acessório e introdutório, hajam-se associados ao olhar este corpo alheio, tocá-lo e
beijá-lo. Supõe-se que tal esforço surja na puberdade (idade da maturidade
sexual), com objetivo à reprodução. Não obstante, sempre foram conhecidos certos fatos que não se
adaptam a estreita estrutura desta visão. É fato marcante existirem pessoas que só são
atraídas por indivíduos de seu
próprio sexo e pelo órgão genital deles.
(2) De igual modo é notório
existirem pessoas cujos desejos se comportam exatamente como os sexuais, ou sua
utilização normal; as quais são conhecidas como 'pervertidas'.
(3) E, por fim, é algo
notável que algumas crianças (por causa disso, são encaradas como degeneradas) tenham
um interesse muito precoce por seu órgão genital e apresentam nele sinais de excitação.
Tais fatos são esclarecidos com o surgimento da psicanálise, isto é, as descobertas de Freud,
que diga-se de passagem, provocou espanto, contrariando a opiniões sobre
sexualidade. Segue abaixo descrito, suas principais descobertas:
1.A vida sexual não
começa somente na puberdade, mas, com evidentes manifestações, logo após o
nascimento.
O principal interesse
focaliza-se na mais surpreendente de todas, a primeira das afirmações. Foi
observado sinais de atividade corporal, na mas tenra infância, que somente um
arcaico preconceito poderá negar o nome de sexual, e que estão associados a
fenómenos psíquicos, que são deparados mais tarde, na vida erótica adulta - tais como a
fixação a objetos específicos, ciúmes, e assim por diante.
A sexualidade não é
jamais, exclusivamente física ou exclusivamente psíquica, mas sempre física e
psíquica ao mesmo tempo (psicofísica). Apoderando-se do corpo e da alma com a mesma
impulsão. Podemos dizer que uma parte importante, senão a mais importante da vida psíquica, é de natureza sexual
e a parte mais importante da vida sexual, é
de natureza psíquica.
Podemos dividir a
totalidade sexual psicofísica em dois elementos: estado sexual e conduta ou atitude sexual. Tais
elementos são qualidades integrantes da personalidade sexual.
A personalidade sexual
psicofísica, fica mais ou menos adormecida durante alguns anos, para manifestar-se com
veemência no início da maturidade. Esse período de relativo adormecimento - sim, porque como
veremos mais a frente, não se encontra totalmente adormecido - vai desde a
fecundação até a puberdade.
Todavia, ninguém pode afirmar com exatidão em
que idade aparece os primeiros impulsos
sexuais propriamente dito.
O nascimento é o marco mais importante desse período que, biologicamente, representa antes uma
mudança de ambiente que uma mudança de personalidade. A maturidade sexual se desenvolve após
a puberdade, indo, no caso da mulher até os trinta anos e, no homem, um pouco
além. Finalmente, com o mesmo ritmo suave da subida, começa a descida para o fim
da sexualidade que, na maioria dos seres humanos, coincide com a morte do indivíduo.