INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

sexta-feira, 22 de março de 2013

A criança Interior



A criança Interior
Falta de conhecimento de si mesmo traz conseqüências!
 "Em todo adulto espreita uma criança, uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa". Carl Jung
Desde criança precisamos saber que somos importantes, que somos levados a sério e que cada parte de nós é digna de ser amada e aceita. Precisamos também saber que os que tomam conta de nós, nos amam e podemos confiar neles. Quando não podemos confiar nas pessoas responsáveis por nós, quando sentimos que não se preocupam com o que sentimos, desenvolvemos uma profunda falta de confiança em nós mesmos. Se formos privados desse amor, nossa noção de EU SOU, é prejudicada, contaminando o adulto com uma sede insaciável de amor, atenção e afeição, procurando esse amor no externo, em coisas materiais, dinheiro ou em outras pessoas. Só podemos mudar algo quando conseguimos reconhecer alguns padrões em nossa vida. A falta de auto conhecimento e conexão com a criança interior, pode trazer alguns padrões comuns.
Sentimentos mais intensos
Medo, culpa, vazio, impotência, solidão e muito medo de ser abandonado e rejeitado. Quando os pais e outros adultos significativos nos abandonam, rejeitam ou abusam de nós na infância: ( abuso não somente sexual, mas abuso de direito, de autoridade, etc.), a dor é tão insuportável que o adulto se desliga da criança interior para não ter mais tais vivencias, intensificando assim a dor, o vazio e a solidão.
Medo de estar errada
A criança interior abandonada está quase sempre com medo de estar errada, porque acredita ser essa a razão de ter sido abandonada ou rejeitada. Torna-se um adulto que está sempre pedindo desculpas, como se precisasse se desculpar por um dia ter nascido. Pode ainda ser um adulto perfeccionista, ou muito preso às regras, em como as coisas devem ser feitas, na tentativa de não errar.
Repetição interna
A repetição interna consiste em repetir em si mesmo as violências do passado. Nós nos punimos como nos puniam na infância. Dizer a si mesmo frases como: "seu idiota como Pode ser tão burro?" ou "não sei fazer nada direito", "nunca serei feliz", podem ser repetições que ouvia quando criança. Algumas pessoas batem no próprio rosto, exatamente como a mãe fazia com ela quando era pequena. A emoção do passado, não resolvida, geralmente é usada contra a própria pessoa. Se era comum desprezarem nossos sentimentos, será também comum nos relacionarmos com quem agirá da mesma forma.
Dificuldade no relacionamento afetivo.
Se quando crianças, fomos vitimas de maus-tratos, tendemos a manter relacionamentos destrutivos, permitindo sermos tão maltratados como éramos, temendo o abandono. Confundimos carência com amor. Como podemos compartilhar nossa vida com alguém, quando não sabemos realmente quem somos? Como alguém pode nos conhecer quando não sabemos realmente quem somos? Como podemos receber amor de alguém se não nos sentimos merecedores de sermos amados?
Comportamento agressivo.
Hitler foi espancado na sua infância, humilhado e envergonhado por um pai sádico. Hitler repetiu a forma mais extrema dessa crueldade em milhões de pessoas inocente. O comportamento agressivo pode ser o resultado da violência na infância, da mágoa, e a dor  não resolvidas. A criança impotente e ferida pode se transformar no adulto agressor. Isto é  verdade especialmente em casos de maus-tratos físicos, abuso sexual, e de severa pressão emocional. Para sobreviver à dor, perde-se toda noção de identidade, identificando-se com o agressor.
A maioria do comportamento agressivo nem sempre é resultado de maus-tratos. Em alguns casos, crianças que foram "mimadas" pelos pais aprenderam a se considerar superiores ao outros, fazendo-as acreditar que merecem um tratamento especial de todos. Perdem toda a noção de responsabilidade, certas  de que seus problemas são sempre de outras pessoas, não assumindo a responsabilidade por seu comportamento.

Co-dependência.
Ser co-dependente é perder o contato com os próprios sentimentos, carências e desejos. Não tem noção do próprio valor, que é criado no seu intimo, só compreende o valor do outro, tornando-se dependente de outras pessoas. Não tem nenhuma noção interior do próprio "EU".
A co-dependência nasce e cresce dentro de sistemas familiares doentios. Por exemplo: quando o ambiente familiar é de violência (química, emocional, física e sexual), a criança passa a focalizar apenas o exterior. Com o tempo ela perde a capacidade de gerar a auto-estima que vem de seu interior. O comportamento co-dependente indica que as carências da infância não foram atendidas, que a criança não sabe quem é. Algumas pessoas ficam paradas porque estão o tempo buscando fora o amor que não receberam.
Necessidade de aprovação e reconhecimento.
Grande parte do que lhe disseram quer era cuidado paterno e materno era abuso. Se continuar inclinado a minimizar e/ou racionalizar os modos pelos quais foi envergonhado, ignorado ou usado para satisfazer seus pais, não conseguirá se libertar da angustia e da dor. Deve aceitar o fato de que as coisas que aconteceram feriram você. Todas as crianças idealizam os pais, esse é o modo pelo qual garantem a própria sobrevivência. Contudo, quando a criança agredida idealiza os pais, ela acredita que é a única responsável pelo abuso de que é vitima. "eles me batem, porque sou uma criança malvada" ou ainda "eles me tocam porque eu deixo". Estranhamente, quanto mais era agredida, maltratada ou ignorada em seus sentimentos, mais pensava que era mau, mais idealizava seus pais  mais necessidade de aprovação e reconhecimento por parte deles buscava, sempre procurando agradá-los. Esse comportamento pode se manter mesmo quando adulto. Se não consegue obter aprovação dos pais e depois junto de seu próprio adulto, poderá fazer de tudo para obter amor e provação dos outros
Carência.
É quando precisamos dos outros para sentir amado. Essa necessidade de uma aprovação externa surge do medo profundo do abandono e da rejeição. A carência em geral gera dependência em relacionamentos doentes e do qual não se consegue sair, por medo de ficar só.
http://www.artigonal.com/psicoterapia-artigos/a-crianca-interior-2877207.html

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