CURSO LIVRE DE CAPACITAÇÃO EM PSICANÁLISE
Realizem sua inscrições, vagas limitadas
DE DURVAL MARCONDES
As lições que se
seguem foram pronunciadas em língua alemã por Freud, em 1909, na “Clark
University” em Worcester (Estados Unidos), por ocasião do vigésimo
aniversário dessa instituição, e a convite de seu presidente, o eminente psicólogo
Stanley Hall. Elas constituem a primeira exposição sistemática que Freud fez de
sua teoria e, embora não envolvam as aquisições mais recentes da psicanálise,
são, a meu ver, a leitura mais apropriada para quem aborda pela primeira vez a
obra do mestre.
A psicanálise
estava longe de ter, naquela época, a importância e o renome que hoje desfruta.
Se é exato que já em 1907 ela era estudada e utilizada pelo notável psiquiatra
Bleuler e por seus assistentes, na clínica de Zurique; e que já em 1908 se
reunia em Salisburgo o primeiro congresso psicanalítico internacional, nem por
isso as novas idéias eram bem recebidas nas rodas científicas oficiais, onde as
afirmações sobre o papel da sexualidade na etiologia das neuroses esbarravam
quase sempre com os preconceitos de uma falsa moral. Daí a alta significação
para a jovem doutrina teve a sua consagração na cátedra de Worcester. “Na
Europa, escreveu Freud, eu me sentia como um proscrito; ali me via acolhido
pelos melhores como um igual. A psicanálise não era mais, portanto, uma
concepção delirante, mas se tornara uma parte preciosa da realidade.”
Freud nasceu em
6 de maio de 1856, em Freiberg, na Morávia, tendo passado aos quatro anos para
Viena, onde fez seus estudos. Formou-se em Medicina em 1881. Ainda estudante,
entrou, em 1876, a trabalhar no laboratório de fisiologia de Ernst Brücke, sob
cuja direção efetuou pesquisas de histologia nervosa. Depois de formado,
ingressou no serviço do grande psiquiatra Theodor Meynert, tendo-se dedicado,
por essa época, a estudos de neuroanatomia. Antes de entregar-se
definitivamente à investigação psicanalítica, publicou vários trabalhos sobre
afecções orgânicas do sistema nervoso, tais como as afasias e as encefalopatias
infantis. Entre 1885 e 1886 foi discípulo de Charcot, em Paris, e acompanhou,
em 1889, em Nancy, as experiências de Bernheim sobre o hipnotismo. A influência
de ambos nas concepções iniciais da teoria psicanalítica poderá ser bem
avaliada nestas “Cinco Lições”.
Essas concepções
tiveram sua primeira expressão na nota prévia que Freud publicou em 1893 com o
Dr. Breuer, intitulada “Sobre o Mecanismo Psíquico dos Fenômenos Histéricos”, a
que se seguiu, em 1895, o livro, também em colaboração, “Estudos Sobre a
Histeria.”
* * *
A vida de Freud
tem sido toda ela uma luta incessante pela verdade. Exposto, pela sua coragem
de afirmar, ao anátema das escolas psiquiátricas dominantes, preferiu suportar
por muito tempo a dureza de um verdadeiro exílio intelectual a ceder naquilo
que era o honesto resultado de sua investigação. Desde o começo de sua carreira
profissional, o amor à certeza científica fê-lo prejudicar deliberadamente a
clínica em início pela tenacidade em pesquisar em seus doentes o exato
determinismo dos sintomas. Sua obra fundamenta-se na mais demorada e paciente
observação dos fatos. Há cerca de quarenta anos que ele se dedica
diariamente a oito, nove, dez, às vezes mesmo onze análises de uma hora cada
uma, podendo-se, portanto, dizer que passou toda uma existência debruçado
sobre a alma dos neuróticos. O impiedoso rigor para com as próprias convicções
chegou, às vezes, ao ponto de fazê-lo adiar por vários anos a publicação de
seus trabalhos até que a experiência ulterior proporcionasse a confirmação de
suas descobertas. “Minha A Interpretação de Sonhos”, diz ele, “e meu Fragmento
de uma Análise de um Caso de Histeria (o caso de Dora) foram retidos por mim —
se não pelos nove anos aconselhados por Horácio — em todo caso por quatro ou
cinco anos antes que me decidisse a publicá-los.”
Compreende-se,
portanto, que quem adquiriu uma visão nova dos fatos à custa de tão penosos
sacrifícios, se tenha recusado a mudar de idéia ante a pressão de uma crítica
partidária, que se não baseia na verificação objetiva. Essa justificada
intransigência de Freud foi, não obstante, tachada de dogmatismo, o que não
impede, porém, que novos dados da observação direta e imparcial confirmem e
completem cada vez mais as suas conclusões.
“Os homens são
fortes enquanto representam uma idéia forte.” Em sua aureolada velhice, Freud
assiste presentemente ao triunfo gradual e seguro de seus princípios, cujo
enunciado já não constitui uma blasfêmia. Eles conquistam paulatinamente o
lugar que lhes cabe na ciência dos fenômenos espirituais e se vão tornando
aceitos pelos mais legítimos representantes da psiquiatria moderna. Existe, na
verdade, quem insista em rejeitar as conseqüências teóricas da psicanálise sem
lhe conhecer sequer os métodos. Mas aos poucos irão chegando os últimos
retardatários. “Quem sabe esperar não necessita fazer concessões.”
São Paulo,
novembro de 1931.
Durval
Marcondes.
Local: Profº Annes Dias, 166, 9ºandar, sala de reuniões
Aula se realizará em 06 e 07 Junho de 2014. Porto Alegre – RS –
Coordenador; Castilho Sanhudo.
End. Rua Profº Annes dias,166/103 - fones (51) 84497408 / 3024 7559
e-mail- castilhoss28@hotmail.com - spobpolors@gmail.com
- Em Santa Catarina
Antonio Lopes
Psicanalista Didata – professor e coordenador do Curso de Psicanálise em Santa Catarina.
Matrículas abertas para nova turma.
(47) 3081 2665 GVT / 9923 4913 TIM / 8462 5692 OI