INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DOS SONHOS

 CURSO LIVRE DE CAPACITAÇÃO EM PSICANÁLISE

GRUPO VIII - POA /RS – 
Mòdulo VII _ Interpretação dos Sonhos
Ocorrera nos dias 27 e 28 de Novembro. 
LOCAL DAS AULAS – Auditório Edel trade Center ,
 no mezanino.
Castilho Sanhudo
Nós vivemos entre duas realidades: - a vida objetiva       (realidade externa, realidade propriamente dita) e a vida subjetiva, isto é da nossa vida psíquica (realidade interna: é sempre agressiva e representa, por isso o desprazer. A Segunda vem ao encontro daquilo que ideamos, queremos, ou desejamos). Por isso, representa o prazer.
Para que exista um equilíbrio entre essas duas realidades, a natureza nos deu a faculdade de sonhar. Através dos sonhos nós vivemos, então, a nossa vida. Através deles realizamos os nossos sonhos como uma função psíquica encarregada de compensar, de suavizar, de substituir mesmo, uma realidade, que nos é hostil por outra, totalmente diferente, onde um novo mundo se descortina diante da alma e onde todas as nossas ações  parecem absurdas, justamente porque as censuráveis na sociedade em que vivemos, gozam enquanto dormimos, de uma espécie de liberdade condicional, quando se expande nos sonhos.
Há sonhos lindos, sonhos inesquecíveis, que a gente lamenta quando se desfazem. Outros são tão feios, digamos assim, que quando se dissipam damos um longo suspiro de desafogo, e ainda com mais profunda alegria dizemos entre nós mesmo: “Felizmente tudo não passou de um sonho!”.
Mas, se os sonhos foram criados para compensar e nos dar a felicidade procurada pelo nosso eu,  por que então não são todos lindos ? Por que nos atormentam ? É que, em verdade, há mais alguma coisa a pesquisar no mecanismo dos sonhos.
A finalidade destes é , sem duvida nenhuma, a   de realizar todos os nossos desejos, por mais absurdos que se apresentem a nossa mente. A psicanálise já os definiu, como sendo “uma realização de desejos”. Entretanto, nem sempre a elaboração onírica consegue este ideal, além de outra dificuldade se apresentar, ainda, para justificar a aparente incoerência que existe em tal definições.
Para compreender as razões existentes, no primeiro caso, é bastante considerarmos o seguinte : Tal qual acontece na vida desperta há, também, enquanto dormimos, uma censura, que impede os sonhos de se apresentarem límpidos, simples, ou compreensíveis, como desejávamos que fossem, pois essa instancia censora é, como fácil de deduzir, uma conseqüência da mesma censura íntima, que nos vigia constantemente , em nossa vida desperta, pautando as nossas atitudes quer através de palavras (escondendo) os sentimentos que não devem ser exteriorizados, quer através de atos, ou ações condenados pelo meio social.
Quando dormimos somos controlados, muito embora de maneira bem mais fraca do que quando estamos em estado de vigília.
Só assim se explica certos sonhos, nos quais a ação da censura é mínima ou mesmo quase indiferente, como acontece nos sonhos infantis.
A outra dificuldade é a que se refere a qualidade do desejo porque nem sempre “conscientemente” desejamos uma coisa, há realmente determinados desejos que nos passam como um relâmpago pela nossa cabeça, mas que são imediatamente condenados pela razão, ou melhor pela consciência. O inconsciente contudo guarda a impressão.