INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

terça-feira, 14 de março de 2017


CURSO LIVRE DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

PSICODINÂMICA DAS NEUROSES

  • Ocorrerá nos dias 17 e 18 de Março.

INTRODUÇÃO

               O fato de uma teoria científica emergir a partir de uma série de acontecimentos observados empiricamente implica num conjunto de conceitos que não são retirados da simples observação, mas de construções teóricas, ou se preferirmos, ficções teóricas, que permitem uma inteligibilidade distinta daquela descrição empírica. Esses conceitos não descrevem o real, eles produzem o real, permitindo uma descrição segundo um tipo de articulação que não pode ser retirada desse próprio real enquanto “dado”.  
              Freud foi o primeiro a clarificar a importância que tem para a nossa vida e desenvolvimento psíquico, a relação com outras pessoas.  As primeiras relações, que a princípio e, na maioria das vezes se restringem à mãe, estendem-se aos demais, os pais, os irmãos, avós e tios, para mais tarde surgir a relação com outras pessoas.  Nos estágios iniciais da vida, a criança tem uma atitude egocêntrica, no desenvolvimento de suas relações de objeto. As relações inadequadas e insatisfatórias com os objetos podem impedir o desenvolvimento das funções do ego, e assim provavelmente, estará preparando terreno para graves dificuldades psicológicas na vida adulta.
              Em uma das fases do desenvolvimento da libido, a criança inicia relações objetais que se convertem em relações as mais intensas e decisivas de sua vida. A partir de então, os desejos e as pulsões mais ativas e impetuosas que a criança experimenta são impulsos fálicos.
              A “relação de objeto” designa um modo de relação do bebê com seu mundo, resultado originário de uma determinada organização da personalidade e apreensão fantásticas dos objetos (LA PLANCHE & PONTALLIS, 1998).   Essas relações de objetos se agrupam sob o Complexo de Édipo, e são da maior importância para o desenvolvimento mental normal, quanto patológico.
na estruturação da personalidade e na orientação do desejo humano. A criança, em seu  desenvolvimento, sente um conjunto organizado de desejos amorosos e hostis em relação ao casal parental. Em Freud, o Complexo de Édipo tem seu apogeu em torno de três a cinco anos, durante a fase fálica, quando o seu declínio marca a passagem para o período de latência. O conflito edipiano é gerado de forma diferenciada em cada sexo e tem que ser resolvido sob a pressão da realidade. As sequelas desse conflito permanecem em estado inconsciente no id.