INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quarta-feira, 6 de maio de 2015

13º Módulo - FUNDAMENTOS DA TÉCNICA PSICANALÍTICA-I

SOCIEDADE PSICANALÍTICA ORTODOXA DO BRASIL

CURSO LIVRE DE CAPACITAÇÃO EM PSICANÁLISE
13º Módulo - FUNDAMENTOS DA TÉCNICA PSICANALÍTICA-I
Nos dias 15 e 16 de Maio – Rua Profº Annes Dias 166,103

INTRODUÇÃO

O QUE É PRECISO FAZER PARA SER UM PSICANALISTA?
          A resposta para esta pergunta, a princípio, parece muito simples. Para ser um psicanalista é preciso fazer uma formação que inclua seminários teóricos e clínicos sobre psicanálise, supervisões dos casos atendidos e tratamento pessoal. Um psicanalista tem que acreditar e trabalhar encima dos preceitos fundamentais da psicanálise que são: o Complexo de Édipo, o recalcamento, a resistência, a transferência, o inconsciente e a sexualidade infantil.
                               No entanto, em 1937, Freud escreve que existiam três profissões impossíveis, que seriam a de educar, a de governar e a de analisar.  Porque, quase no fim da vida, deixa-nos essa mensagem?
                               A teoria psicanalítica é muito fácil de aprender se for comparada com a prática. Porém, o psicanalista que mais sabe, nem sempre é o que melhor faz. Talvez, justamente, o que melhor faz seja aquele que mais suporta que não sabe. A psicanálise lida sempre com o desconhecido, com o imprevisto. Partindo dessas afirmações, pode-se pensar que o mais importante para ser um psicanalista não é possuir uma bagagem de conhecimentos adquiridos em seminários e supervisões. Para ser um psicanalista é preciso ter uma atitude psicanalítica, que é desenvolvida,  principalmente, através da análise pessoal. Essa atitude pode-se comparar com as condições necessárias para tolerar as angústias e os imprevistos de um longo percurso pelo inconsciente. No entanto, não basta conhecer o inconsciente, mas vivenciar na dupla (paciente/analista) e aprender com a experiência.
                               Essa união, porém, implica em assimetria e em reconhecimento das diferenças, dos limites, da não infalibilidade do analista e de que ele não é dono da verdade e nem das respostas. A única certeza que temos em psicanálise é de que não existe uma certeza. Paciente e analista devem estar dispostos a caminharem juntos e se defrontar com o que aparecer. Ambos melhorando e se superando, um aprendendo com o outro.
                               Um analista precisa estar comprometido com a tarefa de tentar ajudar a “criança”  de seu paciente a encontrar  o adulto que está dentro dele e também mostrar que mesmo ele sendo um adulto ainda é uma criança. Ser psicanalista é buscar a sua verdade e a de seu paciente, por mais dolorida e insuportável que seja pelos mais obscuros lugares do inconsciente. Para ser psicanalista é preciso suportar a angústia do não saber.