INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A PSICANÁLISE E O COTIDIANO

A PSICANÁLISE E O COTIDIANO
 
"Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio. Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons. O pensamento é o ensaio da ação". [FREUD]
Em tom de discurso poético, a fala acima de Sigmund Freud nos faz refletir sobre o quão necessária é a Psicanálise para os tempos atuais e, mais ainda para absorvermos as faltas, os excessos e até os silêncios da Juventude.
 É fundamental a relação da Psicanálise com a Educação, e outras ciências humanas. O cotidiano pede, em silêncio ou em gritos, a presença massiva das teorias freudianas, pois essas oferecem eco e colo à vida humana, ou seja, alívio e compreensão.
Devido a esse jogo de forças presente na mente, em que as mesmas se opõem e lutam entre si, surge a necessidade de analisar, por exemplo, os distúrbios de ansiedade -  cuja função é a de assinalar um perigo interno.
A Psicanálise, quanto mais cedo for apresentada para o ser humano, melhor. Além de aliviar suas mazelas, ela tornará melhor o convívio daquele ser humano: as relações interpessoais melhorarão no instante em que a relação consigo mesmo evolui.
"Desejo é o impulso de recuperar a perda da primeira experiência de satisfação. Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro. A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana.É quase impossível conciliar as exigências do instinto sexual com as da civilização". [FREUD]
Estamos na era do “é proibido proibir”, e a ânsia por liberdade também deixa os seres humanos sem saída: as muitas saídas geram dúvidas, e essas geram aflição na vida humana. Observamos, com facilidade, pessoas em idade madura vivendo síndromes semelhantes a de adolescentes: parece que as fases, muitas vezes, estão invertidas.
Anna Freud em "O Ego e os Mecanismos de Defesa" (1946) [1], formula a hipótese de que o maior temor do ego é o retorno ao estado de fusão inicial com o id, caso a repressão falhe ou os impulsos sejam intensos demais. Para manter o grau de organização atingido, o ego procura proteger-se da invasão das demandas instintivas/pulsionais, provenientes do id, e do retorno dos conteúdos reprimidos.
 Assim, em "O Ego e o Id" (1923), Freud diz que a psicanálise é o instrumento que permite ao ego uma conquista progressiva do id.
 "Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.O estado proíbe ao indivíduo a prática de atos infratores, não porque deseje aboli-los, mas sim porque quer monopolizá-los. A ciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar noutro lugar o que ela não nos pode dar. A psicanálise visa uma transformação paulatina de maiores porções do id em recursos do ego, em seu propósito de tornar consciente o que é inconsciente. Assim, a mente poderá vir a encontrar soluções, previamente inacessíveis ao ego imaturo." [FREUD]

Maurício dos Santos (imprensa.mauriciosantos@hotmail.com)