MÓDULO IV - SEXOLOGIA APLICADA À PSICANÁLISE
Se realizara nos das 8 e 9 de fevereiro
INTRODUÇÃO
As experiências nos mostram que as queixas
principais, tem sido, na maioria das vezes, os conflitos conjugais. E ao
investigarmos, temos como causa, a relação sexual.
A bem da verdade, mesmo sendo outras as queixas
principais, as investigações nos dará como causa principal a sexualidade.
Confirmando assim, as teorias de Freud, sobre as neuroses, objeto básico de
nosso trabalho clínico.
Nos deparamos no entanto, com uma diversidade do
sentimento sexual, pelo fato das diferenças de sentido, que simultaneamente,
são empregadas a uma só palavra. Assim sendo, a palavra sexual tem
despertado reações positivas em uns, e concepções ou conclusões negativas e
hostis em outros; um, nela verá de preferência manifestações psíquicas; outro, uma
atividade física, etc.
Neste trabalho a palavra sexo designa, em primeiro
lugar, os dois grandes grupos de seres viventes que conhecemos sob a
denominação de: masculinos e femininos ou machos e fêmeas. Em um sentido mais restrito, 'sexo' e
'sexual' significam qualidades ou
propriedades físicas ou psíquicas.
Todavia, na
opinião;
(1) corrente a palavra sexual aplica-se ao processo das
relações entre os sexos. Levando algumas pessoas a pronunciarem com um certo
tom de desprezo. Até mesmo a palavra sensualidade foi atingida por essa
depreciação. Dificultando a sexologia a se conduzir em face dessas intrusões da
moral em seu domínio.
Devido à desconsideração em que caiu a expressão
sexual, foi necessário procurar uma palavra que a substituísse. E por ironia do
destino, escolheu-se a palavra erótica, termo que durante séculos, servira
precisamente para designar produções literárias especiais, particularmente
livres.
No fundo, sexualidade e erotismo, tem a mesma
significação. Ambas as expressões designam a sexualidade psicofísica.
De acordo com a visão predominante, a vida sexual
humana consiste essencialmente num esforço de se por os próprios genitais
em contato com os de alguém do sexo oposto. E, como fenômeno acessório e
introdutório, hajam-se associados ao olhar este corpo alheio, tocá-lo e
beijá-lo. Supõe-se que tal esforço surja na puberdade (idade da maturidade
sexual), com objetivo à reprodução. Não obstante, sempre foram conhecidos
certos fatos que não se adaptam a estreita estrutura desta visão.
É fato marcante existirem pessoas que só são atraídas por indivíduos de seu
próprio sexo e pelo órgão genital deles.
(2)
De igual modo é notório existirem pessoas cujos
desejos se comportam exatamente como os sexuais, ou sua utilização normal; as
quais são conhecidas como 'pervertidas'.
(3)
E, por fim, é algo notável que algumas crianças
(por causa disso, são encaradas como degeneradas) tenham um interesse muito
precoce por seu órgão genital e apresentam nele sinais de excitação.
Tais fatos são esclarecidos com o surgimento da
psicanálise, isto é, as descobertas de Freud, que diga-se de passagem,
provocou espanto, contrariando a opiniões sobre sexualidade. Segue abaixo
descrito, suas principais descobertas:
A vida sexual não começa somente na puberdade, mas,
com evidentes manifestações, logo após o nascimento.
O principal interesse focaliza-se na mais
surpreendente de todas, a primeira das afirmações. Foi observado sinais de
atividade corporal, na mas tenra infância, que somente um arcaico preconceito
poderá negar o nome de sexual, e que estão associados a fenómenos psíquicos,
que são deparados mais tarde, na vida erótica adulta - tais como a
fixação a objetos específicos, ciúmes, e assim por diante.
A sexualidade não é jamais, exclusivamente física
ou exclusivamente psíquica, mas sempre física e psíquica ao mesmo tempo
(psicofísica). Apoderando-se do corpo e da alma com a mesma impulsão. Podemos
dizer que uma parte importante,
senão a mais importante da vida psíquica, é de natureza sexual e a parte mais importante da vida sexual, é de
natureza psíquica.
Podemos dividir a totalidade sexual psicofísica em
dois elementos: estado sexual e conduta ou atitude sexual. Tais
elementos são qualidades integrantes da personalidade sexual.
A personalidade sexual psicofísica, fica mais ou
menos adormecida durante alguns anos, para manifestar-se com veemência no
início da maturidade. Esse período de relativo adormecimento - sim, porque
como veremos mais a frente, não se encontra totalmente adormecido - vai desde a
fecundação até a puberdade.
Todavia, ninguém pode afirmar com exatidão em que idade aparece os primeiros impulsos sexuais propriamente dito.
O nascimento é o marco mais importante desse
período que, biologicamente, representa antes uma mudança de ambiente que uma
mudança de personalidade. A maturidade sexual se desenvolve após a puberdade,
indo, no caso da mulher até os trinta anos e, no homem, um pouco além.
Finalmente, com o mesmo ritmo suave da subida, começa a descida para o fim
da sexualidade que, na maioria dos seres humanos, coincide com a morte do
indivíduo.