INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

MÓDULO IV - SEXOLOGIA APLICADA À PSICANÁLISE


MÓDULO IV - SEXOLOGIA APLICADA À PSICANÁLISE
Se realizara nos das 8 e 9 de fevereiro
INTRODUÇÃO

As experiências nos mostram que as queixas principais, tem sido, na maioria das vezes, os conflitos conjugais. E ao investigarmos, temos como causa, a relação sexual.
A bem da verdade, mesmo sendo outras as queixas principais, as investigações nos dará como causa principal a sexualidade. Confirmando assim, as teorias de Freud, sobre as neuroses, objeto básico de nosso trabalho clínico.
Nos deparamos no entanto, com uma diversidade do sentimento sexual, pelo fato das diferenças de sentido, que simultaneamente, são empregadas a uma só palavra. Assim sendo, a palavra sexual tem despertado reações positivas em uns, e concepções ou conclusões negativas e hostis em outros; um, nela verá de preferência manifestações psíquicas; outro, uma atividade física, etc.
Neste trabalho a palavra sexo designa, em primeiro lugar, os dois grandes grupos de seres viventes que conhecemos sob a denominação de: masculinos e femininos ou machos e fêmeas. Em um sentido mais restrito, 'sexo' e 'sexual' significam qualidades ou propriedades físicas ou psíquicas.
 Todavia, na opinião;
(1) corrente a palavra sexual aplica-se ao processo das relações entre os sexos. Levando algumas pessoas a pronunciarem com um certo tom de desprezo. Até mesmo a palavra sensualidade foi atingida por essa depreciação. Dificultando a sexologia a se conduzir em face dessas intrusões da moral em seu domínio.
Devido à desconsideração em que caiu a expressão sexual, foi necessário procurar uma palavra que a substituísse. E por ironia do destino, escolheu-se a palavra erótica, termo que durante séculos, servira precisamente para designar produções literárias especiais, particularmente livres.
No fundo, sexualidade e erotismo, tem a mesma significação. Ambas as expressões designam a sexualidade psicofísica.
De acordo com a visão predominante, a vida sexual humana consiste essencialmente num esforço de se por os próprios genitais em contato com os de alguém do sexo oposto. E, como fenômeno acessório e introdutório, hajam-se associados ao olhar este corpo alheio, tocá-lo e beijá-lo. Supõe-se que tal esforço surja na puberdade (idade da maturidade sexual), com objetivo à reprodução. Não obstante, sempre foram conhecidos certos fatos que não se adaptam a estreita estrutura desta visão. É fato marcante existirem pessoas que só são atraídas por indivíduos de seu próprio sexo e pelo órgão genital deles.
(2)      De igual modo é notório existirem pessoas cujos desejos se comportam exatamente como os sexuais, ou sua utilização normal; as quais são conhecidas como 'pervertidas'.
(3)      E, por fim, é algo notável que algumas crianças (por causa disso, são encaradas como degeneradas) tenham um interesse muito precoce por seu órgão genital e apresentam nele sinais de excitação.
Tais fatos são esclarecidos com o surgimento da psicanálise, isto é, as descobertas de Freud, que diga-se de passagem, provocou espanto, contrariando a opiniões sobre sexualidade. Segue abaixo descrito, suas principais descobertas:
A vida sexual não começa somente na puberdade, mas, com evidentes manifestações, logo após o nascimento.
O principal interesse focaliza-se na mais surpreendente de todas, a primeira das afirmações. Foi observado sinais de atividade corporal, na mas tenra infância, que somente um arcaico preconceito poderá negar o nome de sexual, e que estão associados a fenómenos psíquicos, que são deparados mais tarde, na vida erótica adulta - tais como a fixação a objetos específicos, ciúmes, e assim por diante.
A sexualidade não é jamais, exclusivamente física ou exclusivamente psíquica, mas sempre física e psíquica ao mesmo tempo (psicofísica). Apoderando-se do corpo e da alma com a mesma impulsão. Podemos dizer que uma parte importante, senão a mais importante da vida psíquica, é de natureza sexual e a parte mais importante da vida sexual, é de natureza psíquica.
Podemos dividir a totalidade sexual psicofísica em dois elementos: estado sexual e conduta ou atitude sexual. Tais elementos são qualidades integrantes da personalidade sexual.
A personalidade sexual psicofísica, fica mais ou menos adormecida durante alguns anos, para manifestar-se com veemência no início da maturidade. Esse período de relativo adormecimento - sim, porque como veremos mais a frente, não se encontra totalmente adormecido - vai desde a fecundação até a puberdade.
Todavia, ninguém pode afirmar com exatidão em que idade aparece os primeiros impulsos sexuais propriamente dito.
O nascimento é o marco mais importante desse período que, biologicamente, representa antes uma mudança de ambiente que uma mudança de personalidade. A maturidade sexual se desenvolve após a puberdade, indo, no caso da mulher até os trinta anos e, no homem, um pouco além. Finalmente, com o mesmo ritmo suave da subida, começa a descida para o fim da sexualidade que, na maioria dos seres humanos, coincide com a morte do indivíduo.