INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

domingo, 7 de setembro de 2014

Sexologia Aplicada à Psicanálise

CURSO LIVRE DE CAPACITAÇÃO EM PSICANÁLISE

Módulo de Sexologia Aplicada à Psicanálise, ocorrerá nos dias 12 e 13 de Setembro, 
Profº, Antônio Lopes
Psicanalista Didata – Professor e coordenador do Curso de Psicanálise da SPOB-SC , Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil, pós graduando em Filosofia Clínica.
Freud desenvolve a sua teoria sobre o desenvolvimento psicossexual, defendendo que a sexualidade é um processo que tem o seu início com o próprio nascimento, e não apenas com a puberdade. O ato sexual humano ocorre não apenas para a reprodução, mas também para a obtenção do prazer e realização de uma necessidade psicofisiológica.
 (Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade - 1905) 
INTRODUÇÃO
A palavra sexual geralmente desperta reações positivas em uns e concepções ou conclusões negativas e hostis em outros, o que pode ser considerado como uma variação de preferências psíquicas para alguns e, para outros, apenas uma atividade física imensamente prazeirosa.  É bem claro que a origem da vida, num contexto geral, está fundamentada na sexualidade, movimentação e união do positivo e negativo, em tudo que compõe o universo. A palavra sexo não deve ser considerada apenas como o ato sexual em si, mas numa amplitude muito mais profunda, talvez filosófica, num sentido de fonte da existência dos mais variados seres  e coisas vivas que conhecemos.
 Em um sentido mais restrito, 'sexo' e 'sexual' significam qualidades ou propriedades físicas ou psíquicas. A palavra sexual aplica-se ao processo das relações entre os sexos, levando algumas pessoas a pronunciarem com um certo tom de desprezo. Até mesmo a palavra sensualidade foi atingida por essa depreciação, dificultando condução da sexologia, em face dessas intrusões da moral, preconcentos e mitos em seu domínio. Devido à desconsideração em que caiu a expressão sexual, foi necessário procurar uma palavra que a substituísse. E por ironia do destino, escolheu-se a palavra erótica, termo que durante séculos servira precisamente para designar produções literárias especiais, particularmente livres. No fundo, sexualidade e erotismo têm a mesma significação. Ambas as expressões designam a sexualidade psicofísica.
 De acordo com a visão predominante, a vida sexual humana consiste essencialmente num esforço de se por os próprios genitais em contato com os de alguém do sexo oposto, até a plenitude do orgasmo. Como fenômeno acessório e introdutório, estão associados o olhar do corpo alheio, tocá-lo, acariciá-lo e beijá-lo. Supõe-se que tal esforço surja na puberdade (idade da maturidade sexual), com objetivo à reprodução.
 Não obstante, sempre foram conhecidos certos fatos que não se adaptam a estreita estrutura desta visão. É fato marcante existirem pessoas que só são atraídas por indivíduos de seu próprio sexo e pelo órgão genital deles. Nos deparamos no entanto, com uma diversidade do sentimento sexual, pelo fato das diferenças de sentido que, simultaneamente, são empregadas a uma só palavra. Para fins de nosso estudo, vamos definir a dois tipos de seres,  sendo masculino e feminino, ou macho e fêmea.
 Tais fatos são esclarecidos com o surgimento da Psicanálise, isto é, as descobertas de Freud, que diga-se de passagem, provocou espanto, contrariando as opiniões sobre sexualidade. Vejamos as principais descobertas na visão freudiana.
 A vida sexual não começa somente na puberdade, mas, com evidentes manifestações, logo após o nascimento. O principal interesse focaliza-se na mais surpreendente de todas, a primeira das afirmações. Foram observados sinais de atividade corporal, na mais tenra infância, que somente um arcaico preconceito poderá negar o nome de sexual, e que estão associados a fenômenos psíquicos, que são deparados mais tarde, na vida erótica adulta, tais como a fixação a objetos específicos, ciúmes, e assim por diante. A sexualidade não é, jamais, exclusivamente física ou exclusivamente psíquica, mas sempre física e psíquica ao mesmo tempo (psicofísica), apoderando-se do corpo e da alma com a mesma impulsão. Podemos dizer que uma parte importante, senão a mais importante da vida psíquica, é de natureza sexual e a parte mais importante da vida sexual é de natureza psíquica. Podemos dividir a totalidade sexual psicofísica em dois elementos: estado sexual e conduta ou atitude sexual.
 A personalidade sexual psicofísica, fica mais ou menos adormecida durante alguns anos, para manifestar-se com veemência no início da maturidade. Esse período de relativo adormecimento (não se encontra totalmente adormecido) vai desde a mais tenra infância até a puberdade. Entretanto, ninguém pode afirmar com exatidão em que idade aparecem os primeiros impulsos sexuais propriamente ditos. O nascimento é o marco mais importante desse período que, biologicamente, representa antes uma mudança de ambiente que uma mudança de personalidade. A maturidade sexual se desenvolve após a puberdade atingindo, no caso da mulher, seu ápice aos 30/35 anos e, no homem, um pouco além. A vivência da sexualidade, com a diminuição da produção hormonal na mulher climatérica (fase da transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo), devido a redução dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários, traduz a continuidade do processo iniciado na infância e que culmina com a menopausa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário