INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

OS SONHOS E A PSICANÁLISE


Parte 2 da Apostila do Curso Capacitação em Psicanálise
SPOB-POLO/RS
Castilho S. Sanhudo - Coordenador-SPOB-POLO/RS
As descobertas de Freud, de que os sonhos têm um conteúdo psicológico fundamental revolucionaram o estudo da mente.  Antes os sonhos eram tidos como meros efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos.  Os conhecimentos desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e demonstraram que estes são tão somente a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico.
Os sonhos são a estrada real para o inconsciente, pois representam a realização de um desejo recalcado. Não há recalque sem retorno do recalcado. Então se um desejo foi expulso da consciência, mesmo no sonho ele só pode reaparecer sob a forma de disfarce, o que faz com o sujeito não reconheça o que “não quer saber”. É nesse sentido que, para a psicanálise, todo sonho se apresenta como um enigma. O sonho, uma linguagem cifrada que exige decifração e não visa comunicar nada a ninguém, é composto por imagens com valor de palavras, que se associam como um verdadeiro rebus (enigma composto de imagens) para tecer uma mensagem. Ou seja, o sonho é um texto que não é feito com palavras e sim com imagens. A imagem só vai ter importância na linguagem.
O conteúdo onírico é de suma importância para a compreensão do inconsciente de quem o produz.  Por isso a Psicanálise vê com tanta atenção este produto da mente, que é o sonho.  Gastão Pereira da Silva define o sonho de uma forma que bem demonstra sua relevância:

Uma função psíquica encarregada de compensar, de suavizar, de substituir, mesmo, uma realidade que nos é  hostil,  por  outra,  totalmente  diferente, onde um novo mundo se descortina  diante  da alma e onde todas as nossas ações parecem absurdas, justamente porque as mais censuráveis, na sociedade em  que  vivemos, gozam, enquanto dormimos, de uma espécie de liberdade condicional, quando se expandem nos sonhos.

Podemos sintetizar a teoria psicanalítica dos sonhos da seguinte maneira: a experiência subjetiva que aparece na consciência durante o sono e que, após o despertar, chamamos de sonho é, apenas, o resultado final de uma atividade mental inconsciente durante este processo fisiológico que, por sua natureza ou intensidade, ameaça interferir com o próprio sono.  Chama-se sonho manifesto a experiência consciente, durante o sono, que a pessoa pode ou não recordar depois de despertar.  Seus vários elementos são designados como conteúdo manifesto do sonho.  Os pensamentos e desejos inconscientes que ameaçam acordar a pessoa são denominados conteúdo latente do sonho.  As operações mentais inconscientes por meio das quais o conteúdo latente do sonho se transforma em sonho manifesto, chamamos de elaboração do sonho.
Manifestações do ICS: sonhos, lapsos, chistes, atos falhos e sintomas (neuroses e afecções psicossomáticas)

Ø  Os sonhos de adulto normalmente são:
A.  Coerentes, porém curiosos, surpreendentes e chocantes.
·       Identificação do enredo e seu sentido.
B.  Incoerentes, em que, além do aspecto estranho da realidade de suas imagens, existe a falta da ilação (conclusão).
·         Construção onírica de um universo alucinante
Ø  Princípios gerais sobre os sonhos:
O estudo revela principalmente os conteúdos mentais que foram reprimidos ou, de qualquer forma, excluídos da consciência e de sua descarga pelas atividades defensivas do ego. Aquilo que se exclui não se perde.

A teoria pode ser formulada da seguinte maneira: A experiência subjetiva que aparece na consciência durante o sono a qual chamamos sonho é o resultado final de uma atividade mental inconsciente durante este processo fisiológico, que por sua intensidade ameaça interferir com o próprio sono, ao invés de acordar a pessoa sonha.

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