Dependência
é uma doença crônica, com busca e consumo compulsivo de drogas.
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A Dependência
Química é um conjunto de fenômenos que envolvem o comportamento, a
cognição e a fisiologia corporal conseqüente ao consumo repetido de uma
substância psicoativa, associado ao forte desejo de usar esta substância,
juntamente com dificuldade em controlar sua utilização persistente apesar das
suas conseqüências danosas. Na dependência geralmente há prioridade ao uso da
droga em detrimento de outras atividades e obrigações sócio-ocupacionais.
A tolerância é o
primeiro critério relacionado à dependência. Tolerância é a necessidade de
crescentes quantidades da substância para se atingir o efeito desejado ou,
quando não se aumenta a dose, é entendida também como um efeito acentuadamente
diminuído com o uso continuado da mesma quantidade da substância. O grau em que
a tolerância se desenvolve varia imensamente entre as substâncias.
Existe um padrão
de uso repetido da substância que geralmente resulta em tolerância, abstinência
e comportamento compulsivo de consumo da droga. Um diagnóstico de Dependência
de Substância pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias. Os sintomas
de dependência são similares entre as várias substâncias, variando na
quantidade e gravidade de tais sintomas entre uma e outra droga. Os sintomas
psíquicos e sociais decorrentes da dependência do fumo, por exemplo, são
absolutamente menores do que aqueles da dependência ao álcool.
Chama-se
"fissura" o forte impulso subjetivo ou compulsão incontrolável para
usar a substância. Embora não seja especificamente relacionada como um
critério, a “fissura” tende a ser experimentada pela maioria dos indivíduos com
Dependência de Substância (se não por todos). A dependência é definida como um
agrupamento de três ou mais dos sintomas relacionados adiante, ocorrendo a
qualquer momento, no mesmo período de 12 meses.
Os indivíduos
com uso pesado de opióides e estimulantes podem desenvolver níveis gravíssimos
de tolerância, por exemplo, como se necessitasse dez vezes mais quantidade
depois de algum tempo. Freqüentemente essas dosagens da tolerância seriam
letais para uma pessoa não-usuária. Muitos fumantes consomem mais de 20
cigarros por dia, uma quantidade que teria produzido sintomas de toxicidade
para uma pessoa que está começando a fumar.
Os indivíduos
com uso pesado de maconha em geral não têm consciência de que desenvolveram
tolerância, embora esta tenha sido largamente demonstrada em estudos com
animais e em alguns indivíduos. A tolerância pode ser difícil de determinar com
base apenas na estória oferecida pela pessoa, porém, os testes laboratoriais
acabam mostrando altos níveis sangüíneos daquela substância, juntamente com
poucas evidências de intoxicação, o que sugere fortemente uma provável tolerância.
O dependente
pode até expressar um desejo persistente de reduzir ou regular o uso da
substância, mas reluta sempre em decidir deixar de vez a substância. E com
freqüência já deve ter havido muitas tentativas frustradas de diminuir ou
interromper o uso. A questão essencial, de fato, está no fracasso do dependente
se abster de usar a substância, apesar das evidências do mal que ela vem
causando.
Em geral o
dependente dedica muito tempo obtendo a substância, usando-a ou recuperando-se
de seus efeitos. Em alguns casos de Dependência de Substância, virtualmente
todas as atividades da pessoa giram em torno da substância.
As atividades
sociais, ocupacionais ou recreativas podem ser seriamente prejudicadas,
abandonadas ou reduzidas em virtude da dependência ou uso bastante abusivo da
substância, e o dependente pode afastar-se de atividades familiares a fim de
usar a droga em segredo ou para passar mais tempo com amigos usuários da
substância.
As primeiras
experiências com drogas ocorrem, freqüentemente, na adolescência. Vários
trabalhos, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) têm
evidenciado a precocidade da faixa etária do início do uso de drogas,
geralmente dentro da adolescência, entre 10 e 19 anos.
Fisiologicamente,
na adolescência as regras costumam ser questionadas e contestadas e,
juntando-se o fato desta ser uma época de experimentações, surge um risco maior
para o uso de drogas ilícitas, álcool e fumo. Todavia, felizmente, nem todas as
pessoas que experimentam drogas se tornam dependentes, porém, quando ocorre, a
dependência química é uma doença complexa, de tratamento longo e nem sempre
eficaz.
Quando se pesquisam as causas
para a dependência química é acaba-se sempre concluindo ser esta
multideterminada, ou seja, multifatorial. Existem alguns fatores fortemente
associados ao uso abusivo de drogas e dependência química, como por exemplo, os
fatores genéticos, psicológicos, familiares e sociais. Em geral parece que
esses fatores não costumam agir isoladamente e sim em conjunto.
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