O narcisismo
corresponde ao investimento do eu pela Libido - neste caso a Libido narcísica.
Lacan acredita que este investimento psíquico se faz sobre a imago do próprio
corpo, na teoria denominada “O Estagio do Espelho”. Por volta dos seis meses de
idade o bebê reage jubilosamente diante da percepção de sua própria imagem no
espelho. Para Lacan o bebê tem uma representação fantasmática do corpo, na qual
este ainda seria fragmentado. A imagem no espelho permite ao infante conceber a
integridade corpórea que não compreende. Nessa experiência o sujeito acredita
ser o que o espelho reflete e acaba se identificando com a ilusão da qual
procurará se aproximar.
Em Lacan o
estágio do espelho é uma estrutura; um vínculo que operará durante toda a vida,
pois o reflexo de si mesmo situa a instância do eu, ainda antes de sua
determinação social.
O Eu aí
constituído é o ego ideal, diferente do ideal de ego. O ego ideal é uma imagem,
uma concepção do que o sujeito não é, mas deseja ser. É uma imagem mítica e
narcisista. O ideal do ego surge da inclusão do sujeito no registro simbólico.
O estágio do espelho traz a reflexão sobre a intersubjetividade humana. Por
meio do olhar do outro, o sujeito sabe quem ele é. Dentro de um jogo narcisista
o sujeito se constitui de fora para dentro.
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