Luiz Antonio Lessa Tosca
Sintomas de ansiedade são relativamente comuns em
crianças e adolescentes, e a ansiedade patológica, incluindo o Transtorno de
Separação na Infância é um problema clínico freqüente nesta faixa etária. As
crianças podem ser incapazes de permanecer no quarto sozinhas ou exibir um
forte vínculo afetivo com a mãe e sofrem muito diante da possibilidade de
ficarem separadas. O problema fica mais grave na medida em que as famílias não
percebem esse tipo de conduta e ignoram as observações do pediatra, quando acha
que criança deve ser medicada. Os transtornos ansiosos podem ser debilitantes
para crianças e adolescentes e estressantes para as famílias e o tratamento
rápido permite que o jovem exerça suas funções normalmente. A característica
essencial do Transtorno de Ansiedade de Separação é o medo do desamparo. Mas o
diagnóstico do problema exige uma observação mais apurada do caso por parte do
analista. Quando os pacientes são separados da casa ou dessas pessoas de
vinculação afetiva, precisam insistentemente saber de seu paradeiro e sentem
necessidade de permanecer em contato constante por telefone ou internet. Dos 9
aos 12 anos as crianças com costumam suportar mais a angústia excessiva no
momento da separação, mas os adolescentes com o transtorno entre 13 e 16 anos
podem recusar ir à escola e apresentar pesadelos ou causas físicas como febre,
diarreia, vômito, etc. Preocupações com a morte são comuns nesses casos. A
recusa de irem à escola pode acarretar em pouco aprendizado e a evitação
social. As crianças podem queixar-se de que ninguém gosta delas e, muitas
vezes, até afirmar que desejariam estar mortas. Quando extremamente perturbadas
frente à perspectiva de separação, podem apresentar raiva ou às vezes agredir
fisicamente a pessoa que está forçando a separação. Quando sozinhas,
especialmente à noite, as crianças pequenas podem relatar experiências
perceptivas incomuns, tais como, ver pessoas dentro do quarto, criaturas
assustadoras que tentam pegá-las, sensação de olhos que as vigiam. Às vezes, as
crianças com o transtorno são descritas como excessivamente meticulosas,
obedientes e ávidas por agradar. Um humor depressivo em geral está presente nos
portadores do transtorno, que pode preceder o desenvolvimento de Transtorno de Pânico.
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