INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Transtorno de Separação na Infância.


Luiz Antonio Lessa Tosca


Sintomas de ansiedade são relativamente comuns em crianças e adolescentes, e a ansiedade patológica, incluindo o Transtorno de Separação na Infância é um problema clínico freqüente nesta faixa etária. As crianças podem ser incapazes de permanecer no quarto sozinhas ou exibir um forte vínculo afetivo com a mãe e sofrem muito diante da possibilidade de ficarem separadas. O problema fica mais grave na medida em que as famílias não percebem esse tipo de conduta e ignoram as observações do pediatra, quando acha que criança deve ser medicada. Os transtornos ansiosos podem ser debilitantes para crianças e adolescentes e estressantes para as famílias e o tratamento rápido permite que o jovem exerça suas funções normalmente. A característica essencial do Transtorno de Ansiedade de Separação é o medo do desamparo. Mas o diagnóstico do problema exige uma observação mais apurada do caso por parte do analista. Quando os pacientes são separados da casa ou dessas pessoas de vinculação afetiva, precisam insistentemente saber de seu paradeiro e sentem necessidade de permanecer em contato constante por telefone ou internet. Dos 9 aos 12 anos as crianças com costumam suportar mais a angústia excessiva no momento da separação, mas os adolescentes com o transtorno entre 13 e 16 anos podem recusar ir à escola e apresentar pesadelos ou causas físicas como febre, diarreia, vômito, etc. Preocupações com a morte são comuns nesses casos. A recusa de irem à escola pode acarretar em pouco aprendizado e a evitação social. As crianças podem queixar-se de que ninguém gosta delas e, muitas vezes, até afirmar que desejariam estar mortas. Quando extremamente perturbadas frente à perspectiva de separação, podem apresentar raiva ou às vezes agredir fisicamente a pessoa que está forçando a separação. Quando sozinhas, especialmente à noite, as crianças pequenas podem relatar experiências perceptivas incomuns, tais como, ver pessoas dentro do quarto, criaturas assustadoras que tentam pegá-las, sensação de olhos que as vigiam. Às vezes, as crianças com o transtorno são descritas como excessivamente meticulosas, obedientes e ávidas por agradar. Um humor depressivo em geral está presente nos portadores do transtorno, que pode preceder o desenvolvimento de Transtorno de Pânico.

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