INSTITUTO FREIDIANO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Complexo de castração

Complexo de castração
Luiz Antonio Lessa Tosca


Em psicanálise, o conceito de Castração não corresponde à mutilação dos órgãos sexuais masculinos, mas designa uma experiência psíquica completa, inconscientemente vivida pela criança por volta dos 5 anos. Essa vivência é essencial para definir a  identidade sexual do indivíduo. O complexo de castração compõe, junto com o complexo de Édipo, a estrutura dos desejos que funda e institui o sujeito na sua relação com o mundo. É o ambiente psíquico onde opera a sua subjetividade. Freud constatou que a criança ao observar a mãe nua, ao invés de ver os órgãos sexuais da mulher, interpreta a vagina como falta. Freud conclui, então, que na relação mãe-filho, o complexo de Édipo faz intervir um terceiro elemento, que ele denomina de função paterna e ao perceber a mãe castrada, reconhece a castração do outro.  Por conta da ameaça da castração, e com medo de perder o seu pênis, o menino terá que renunciar à mãe. No que diz respeito à menina, o reconhecimento de que à mãe falta o pênis, isto é, de que ela é privada do falo, faz com que a menina se volte para o pai. As crianças, ao reconhecerem a falta do pênis na mãe passam a ter a falta inscrita no seu próprio ser. Reconhecer a castração significa situar-se em relação à própria ordem simbólica. Do ponto de vista da psicanálise, no entanto, para que se possa desejar é necessário que haja falta. Assim, poder-se-á afirmar que só há desejo se houver castração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário