Complexo de castração
Luiz
Antonio Lessa Tosca
Em psicanálise, o conceito de
Castração não corresponde à mutilação dos órgãos sexuais masculinos, mas
designa uma experiência psíquica completa, inconscientemente vivida pela
criança por volta dos 5 anos. Essa vivência é essencial para definir a identidade sexual do indivíduo. O complexo de
castração compõe, junto com o complexo de Édipo, a estrutura dos desejos que
funda e institui o sujeito na sua relação com o mundo. É o ambiente psíquico onde
opera a sua subjetividade. Freud constatou que a criança ao observar a mãe nua,
ao invés de ver os órgãos sexuais da mulher, interpreta a vagina como falta.
Freud conclui, então, que na relação mãe-filho, o complexo de Édipo faz
intervir um terceiro elemento, que ele denomina de função paterna e ao perceber
a mãe castrada, reconhece a castração do outro.
Por conta da ameaça da castração, e com medo de perder o seu pênis, o
menino terá que renunciar à mãe. No que diz respeito à menina, o reconhecimento
de que à mãe falta o pênis, isto é, de que ela é privada do falo, faz com que a
menina se volte para o pai. As crianças, ao reconhecerem a falta do pênis na
mãe passam a ter a falta inscrita no seu próprio ser. Reconhecer a castração
significa situar-se em relação à própria ordem simbólica. Do ponto de vista da
psicanálise, no entanto, para que se possa desejar é necessário que haja falta.
Assim, poder-se-á afirmar que só há desejo se houver castração.
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