As
fases do desenvolvimento do bebê que ocorrem desde a vida intrauterina, ou
ainda antes, desde o momento que se deseja (ou não) ter o filho até mais ou
menos 06 anos de idade são definitivamente marcantes para o
desenvolvimento da personalidade do bebê, futuro adulto.
Ainda antes do útero,
enquanto desejo ou não dos pais de ter esse filho. No útero, onde já
sente as emoções vividas pela mãe e que terão interferências em
seu desenvolvimento emocional, mas ainda assim um lugar de proteção e
segurança. Em que não é preciso fazer nenhum esforço, suas necessidades são
inteira e prontamente atendidas. Não há frio, não há fome, não há sede, e não
há as invasões do mundo exterior.
Com o trabalho de parto,
as contrações, a expulsão do bebê do útero, seu mundo protegido, o bebê
vivencia sua primeira rejeição. Sofre seu primeiro trauma, o de deixar o
confortável e seguro ambiente uterino para dar início a uma intensa luta pela
vida. Precisa respirar por si mesmo, o que é intensamente doloroso no início
(inflar os pulmões), enfrentar o frio, o tato das mãos dos adultos que são
sentidas como ferindo sua pele delicada e sensível, que até então só tinha sido
tocada pela água (liquido amniótico), a luz lhe é de uma agressividade
assustadora, até então protegido no escurinho do útero, os sons lhe são
aterrorizantes!
Com tudo isto, o que
mais amedronta o bebê é a sensação de estar solto, sem contorno, portanto, sem
proteção, numa constante possibilidade de queda. O bebê vivencia sua primeira
sensação de desamparo. Assim o bebê chega ao mundo e começa a vivenciar as
fases do desenvolvimento que formará sua personalidade.
A primeira delas é a
chamada Fase Oral que vai de 0 anos a mais ou menos 2 anos. Nesta
fase a necessidade e gratificação estão concentradas na boca, em volta dos
lábios, na língua e nos dentes. A boca é a primeira parte do corpo que o bebê
pode controlar. Enquanto é alimentado é também confortado, aninhado, acalentado
e acariciado (pelo menos é o que se espera). E é assim que o bebê vai
aprendendo a associar a redução da tensão causada pela dor da fome com o prazer
do calor do corpo da mãe, seu olhar, seu cheiro, os batimentos cardíacos, o som
de sua voz, sensações prazerosas que trazem lembranças do útero e reconfortam.
O bebê sente-se gratificado.
A mãe é a primeira e a
mais importante pessoa na vida do bebê, o bebê sem mãe (considerando mãe aqui a
pessoa que faz o papel, que cuida e aconchega, acolhe, acaricia) não existe,
sem cuidados ele morre. E se a mãe não estiver inteira, se não for capaz
de dar ao bebê o acolhimento e sustentação que ele precisa, ele certamente terá
muitos problemas no decorrer de seu desenvolvimento, podendo se tornar um
adulto bastante doente psiquicamente.
O bebê nesta fase da vida
ainda não se reconhece, mãe-bebê são um, e é através do olhar da mãe que ele se
vê, sendo o olhar da mãe como um espelho para o bebê. Ele aprende que ele
existe, o que ele é e como ele é através do olhar, da fala, do toque, do reconhecimento
da mãe. Daí a importância da mãe ter tempo interno, ter disponibilidade
interna, desejo, prazer em estar com seu filho, em especial nos primeiros meses
de vida. Lembrando que não é a quantidade, mas a qualidade do tempo que
importa.
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