Como um modo de ser, a personalidade
define a maneira através da qual a pessoa incorpora suas experiências de vida,
como constrói o seu mundo interno e sua consciência com seus significados e
escalas de valores e como reage a tudo isso. A personalidade teria, assim, uma
determinada forma (componente constitucional, biológico), sobre a qual a vida
acrescenta continuadamente um conteúdo (componente vivencial, emocional).
É como se o conteúdo do indivíduo fosse
uma sopa cujos ingredientes são fornecidos pelas vivências,
conteúdo este colocado dentro de uma sopeira, cuja forma é definida pelos
traços da personalidade. Apesar das várias formas de sopeiras, elas
existem em número limitado (podemos classificar as personalidades de acordo com
a predominância dos traços), as sopas, entretanto, terão infinitos sabores,
dependendo dos temperos que a vida de cada pessoa possa oferecer. Assim, é
importante distinguir claramente a forma da
personalidade e o conteúdo da pessoa, a primeira de
natureza constitucional e mais estável e, o segundo, de origem vivencial e
características psicodinâmicas.
A personalidade do indivíduo deve ser
definida – até por conceito – de tal modo que tenha a mesma forma desde muito
precocemente até a sua morte ou então não seria um qualificativo daquela
pessoa. O indivíduo faz-se representar por sua personalidade como uma maneira
própria de apreender a realidade e construir seu conteúdo mental. Entre as
variadas maneiras de classificarem-se as formas de personalidade, uma das mais
simples e verdadeira é em relação ao temperamento introvertido e extrovertido.
Há pessoas, extrovertidas, animadas, barulhentas e comunicativas, outras são
retraídas, tímidas e muito preocupadas com a opinião dos demais. Essas
diferenças fazem parte d os tipos psicológicos extrovertido e introvertido.
Como o nome diz, Introvertida é
a pessoa que orienta seu foco de atuação predominantemente para dentro, para a
introspecção, se mobiliza mais pelo subjetivo que pelo objetivo. A pessoa
introvertida sempre elabora uma opinião subjetiva a partir da percepção do
objeto (do mundo), de forma que este tenha algo a mais daquilo que é oferecido
pelos órgãos dos sentidos, ou seja, um caráter subjetivo.
Enquanto a personalidade Extrovertida predominantemente
se prende àquilo que recebe do mundo através dos órgãos dos sentidos, a pessoa
introvertida se prende, sobretudo, à impressão subjetiva que o mundo é capaz de
produzir nela. A pessoa introvertida, por exemplo, tem a sensibilidade
necessária para compor uma música, enquanto a pessoa extrovertida tem mais
facilidade para dançar essa música. A apreensão rítmica e coordenação motora
são habilidades próprias do extrovertido.
Apesar da pessoa introvertida também
observar as condições exteriores e objetivas (falamos “predominantemente” no
parágrafo anterior), ela elege os fatores subjetivos como os elementos
decisivos da existência e da realidade, portanto, apesar de ser uma pessoa que
também se orienta pela percepção e pelo conhecimento como todas as outras, ela
privilegia o componente subjetivo, aquele que ultrapassa a excitação
fisiológica dos sentidos. Para o introvertido os sentimentos associados a um
odor são muito mais importantes que o próprio cheiro, enquanto o extrovertido
tem mais facilidade para descrever esse cheiro.
Quando duas pessoas se deparam com um
mesmo objeto (evento, situação ou fato), nunca se poderá afirmar que elas o
percebam da mesma maneira. Mesmo deixando de lado as diferenças neurosensoriais
e fisiológicas que existem entre as pessoas (uns enxergam melhor, ouvem melhor,
etc.), sempre existirão muitas e profundas diferenças no significado e na
representação psíquica daquilo que é percebido, conseqüentemente, daquilo que é
assimilado.
O mundo moderno, pleno que é de sons,
imagens e toda sorte de estímulos sensoriais, valoriza significativamente o
contacto objetivo e extrovertido com as coisas, com as formas, com as cores,
com os preços, os tamanhos, etc. Por causa dessa supervalorização do
conhecimento objetivo, os dotes sentimentais e afetivos das pessoas mais
sensíveis e mais aptas a atribuir significados subjetivos às coisas, acabam
sendo desvalorizados.
Um estilista de moda, por exemplo, tem
probabilidade muito maior de ter um temperamento extrovertido, enquanto o
estudioso de moda, da história da moda através dos tempos, das tendências
estéticas e do conceito da forma, por exemplo, tende a ser introvertido.
A disposição subjetiva das pessoas
introvertidas, em princípio, é um dote do temperamento recebido por herança e
constitui uma característica definitiva da pessoa. Trata-se de uma
sensibilidade psicológica inata, nasce com a pessoa. As considerações
subjetivas das pessoas introvertidas são mais influentes que o objeto concreto
e o valor psíquico dessas concepções subjetivas sobrepõem-se à impressão sensorial
objetiva que se tem do próprio objeto. (......)
Conclusão
A extroversão e introversão são tipos de temperamento e dizem respeito à disposição da pessoa em relação ao mundo à sua volta, dizem respeito ao tipo de relacionamento do sujeito com o objeto.
Embora haja enorme diferença na representação, percepção e concepção do mundo entre as pessoas introvertidas e extrovertidas, não existe, automaticamente, conotação de valor (positivo ou negativo) em nenhuma dessas duas disposições da personalidade, pois a sociedade humana precisa dos dois tipos.
É comum entre as pessoas introvertidas existirem pessoas também tímidas. Geralmente essa timidez não preenche critérios de transtorno emocional suficientes para um “tratamento”, outras vezes esse traço implica em sofrimento ou prejuízo no desempenho pessoal que merece atenção especializada.
A extroversão e introversão são tipos de temperamento e dizem respeito à disposição da pessoa em relação ao mundo à sua volta, dizem respeito ao tipo de relacionamento do sujeito com o objeto.
Embora haja enorme diferença na representação, percepção e concepção do mundo entre as pessoas introvertidas e extrovertidas, não existe, automaticamente, conotação de valor (positivo ou negativo) em nenhuma dessas duas disposições da personalidade, pois a sociedade humana precisa dos dois tipos.
É comum entre as pessoas introvertidas existirem pessoas também tímidas. Geralmente essa timidez não preenche critérios de transtorno emocional suficientes para um “tratamento”, outras vezes esse traço implica em sofrimento ou prejuízo no desempenho pessoal que merece atenção especializada.
para referir:
Ballone GJ - Personalidade Introvertida (e Timidez), in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=178, revisto em 2009.
Ballone GJ - Personalidade Introvertida (e Timidez), in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=178, revisto em 2009.
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